Indicado a sete Oscars, ‘O vencedor’ chega aos cinemas nesta sexta (Postado por Erick Oliveira)
Mas Bale não é o protagonista de “O vencedor”, ou ao menos não deveria ser, embora roube as cenas em que aparece. A trama gira em torno de Micky Ward, personagem de Mark Wahlberg (que também trabalhou como produtor no filme), irmão caçula de Dicky que quer ser um grande boxeador e realizar os sonhos que o irmão deixou incompletos.
Micky vive sob a ditadura da mãe possessiva (Melissa Leo, que venceu o Globo de Ouro pelo papel e disputa o Oscar de coadjuvante), que é sua empresária, e do irmão drogado, que insiste em treiná-lo, mas não demonstra ter condições para assumir tal responsabilidade. Um time de sete irmãs intrometidas vem engrossar o coro da pressão familiar.
Assim, a verdadeira luta de Micky não está dentro do ringue, mas fora: ele logo percebe que só poderá conquistar seu espaço como boxeador na medida em que se libertar das amarras de sua turbulenta família. E quem abre seus olhos para isso é Charlene (Amy Adams, que também concorre ao Oscar de coadjuvante), uma garçonete desbocada que se torna sua namorada.
A qualidade da direção de David O. Russell ganha destaque nas cenas de luta, em que o espectador parece vivenciar cada golpe e cada suspiro. Já o roteiro, baseado em fatos reais, só escorrega ao cair na armadilha de tentar agradar as pessoas que o inspiraram, comprometendo o desenvolvimento de alguns personagens e situações.
Boxe e Academia: um longo namoro
“O vencedor” confirma a afeição da Academia de Hollywood por filmes que combinam o boxe com uma história real de superação e atuações de tirar o fôlego. Junte esses três elementos e temos uma das fórmulas mais bem-sucedidas da história recente do Oscar, vista em sucessos como “Menina de ouro” e “Ali”, e também em clássicos como “Rocky, um lutador” e “Touro indomável”.