terça-feira, 31 de maio de 2011

Grande Prêmio do Cinema Brasileiro acontece nesta terça-feira no Rio (Postado por Erick Oliveira)

A 10ª Edição do Grande Prêmio do Cinema Brasileiro vai acontecer na noite desta terça-feira (31), no Rio de Janeiro. A cerimônia será realizada no no Teatro João Caetano, no Centro, e será transmitida pelo G1 a partir das 20h.

Em abril, os organizadores do Grande Prêmio do Cinema Brasileiro divulgaram nesta a lista dos indicados. O destaque ficou por conta de "Tropa de elite 2", que sai como favorito, com indicações na maioria das categorias.

Na principal, a de melhor longa-metragem, o filme de José Padilha compete com "Chico Xavier", "As melhores coisas do mundo", "Olhos azuis", "5x favela - Agora por nós mesmos" e "Viajo porque preciso, volto porque te amo".
Na disputa de atores, concorrem Wagner Moura, protagonista de "Tropa 2", Paulo José, por "Quincas Berro D'Água", Marco Nanini, por "O bem amado", Chico Diaz, por "O sol do meio-dia", Ângelo Antonio e Nelson Xavier, ambos por "Chico Xavier".

Já entre as atrizes indicadas estão Alice Braga, por "Cabeça a prêmio", Christiane Torloni, por "Chico Xavier", Ingrid Guimarães, por "De pernas pro ar", Glória Pires, por "Lula, o filho do Brasil", e Marieta Severo, por "Quincas Berro d'Água".
Os candidatos receberão votos de integrantes da Academia Brasileira de Cinema, que reúne atores, atrizes, produtores, diretores e técnicos, presidida pelo cineasta Roberto Farias. O público também pode participar da votação por meio do site da academia.
A 10ª edição da premiação ainda vai homenagear o casal de produtores Luiz Carlos Barreto e Lucy Barreto.
Confira abaixo a lista dos indicados ao Grande Prêmio do Cinema Brasileiro.
Melhor longa-metragem:
- "5x Favela - Agora por nós mesmos"
- "Chico Xavier"
- "As melhores coisas do mundo"
- "Olhos azuis"
- "Tropa de elite 2"
- "Viajo porque preciso, volto porque te amo"
Melhor documentário:
- "Dzi Croquettes"
- "O homem que engarrafava nuvens"
- "José e Pilar"
- "Noite em 67"
- "Rita Cadillac - A lady do povo"
Melhor direção:
- Daniel Filho - "Chico Xavier"
- José Joffily - "Olhos azuis"
- José Padilha - "Tropa de elite 2"
- Karin Ainouz e Marcelo Gomes - "Viajo porque preciso, volto porque te amo"
- Laís Bodanzky - "As melhores coisas do mundo"
Melhor atriz:
- Alice Braga - "Cabeça a prêmio"
- Christiane Torloni - "Chico Xavier"
- Ingrid Guimarães - "De pernas pro ar"
- Glória Pires - "Lula, o filho do Brasil"
- Marieta Severo - "Quincas Berro d'Água"
Melhor ator:
- Ângelo Antonio - "Chico Xavier"
- Chico Diaz - "O sol do meio-dia"
- Marco Nanini - "O bem amado"
-  Nelson Xavier - "Chico Xavier"
- Paulo José - "Quincas Berro D'Água"
- Wagner Moura - "Tropa de elite 2"
Melhor atriz coadjuvante:
- Cássia Kiss - "Chico Xavier"
- Denise Fraga - "As melhores coisas do mundo"
- Elke Maravilha - "A suprema felicidade"
- Leandra Leal - "Insolação"
- Roberta Rodrigues - "5x favela - Agora por nós mesmos"
- Tainá Muller - "Tropa de elite 2"
Melhor ator coadjuvante:
- André Mattos - "Tropa de elite 2"
- André Ramiro - "Tropa de elite 2"
- Caio Blat - "As melhores coisas do mundo"
- Cassio Gabus Mendes - "Chico Xavier"
- Hugo Carvana - "5x favela - Agora por nós mesmos"
- Irandhir Santos - "Tropa de elite 2"
Melhor roteiro original:
- Braulio Mantovani e José Padilha - "Tropa de elite 2"
- Bruno Mazzeo, João Avelino e Rosana Ferrão - "Muita calma nessa hora"
- José Antonio da Silva e outros - "5x favela - Agora por nós mesmos"
- Karim Ainouz e Marcelo Gomes - "Viajo porque preciso, volto porque te amo"
- Luiz Bolognesi - "As melhores coisas do mundo"
- Marcelo Saback e Paulo Cursino - "De pernas pro ar"
- Melanie Dimantas e Paulo Halm - "Olhos azuis"

Melhor roteiro adaptado:
- Adriana Falcão, Bernardo Guilherme e outros - "Eu e meu guarda-chuva"
- Claudio Paiva e Guel Arraes - "O bem amado"
- Esmir Filho e Ismael Caneppelle - "Os famosos e os duendes da morte"
- Marcos Bernstein - "Chico Xavier"
- Sérgio Machado - "Quincas Berro D'água"

Melhor curta-metragem de ficção:
- "Alguém tem que honrar esta derrota"
- "Avós"
- "Eu não quero voltar sozinho"
- "Ensaio de cinema"
- "Recife frio"
Melhor curta-metragem documentário:
- "Ave Maria ou mãe dos sertanejos"
- "Dois mundos"
- "Faço de mim o que quero"
- "Geral"
- "Urbe"
Melhor curta-metragem de animação:
- "Anjos do meio da praça"
- "Bonequinha do papai"
- "Eu queria ser um monstro"
- Menina da chuva"
- "Tempestade"
Melhor longa-metragem estrangeiro:
- "A fita branca" (Alemanha), de Michael Haneke
- "A origem" (EUA), de Christopher Nolan
- "O pequeno Nicolau" (França), de Laurent Tirard
- "A rede social" (EUA), de David Fincher
- "O segredo dos teus olhos" (Argentina / Espanha), de Juan José Campanella.

terça-feira, 24 de maio de 2011

The Ross Sisters (1944) - VÍDEO

Raparigas fantásticas, famosas na época.
Um vídeo de 1944, foi recuperado, digitalizado e colorido. Nesta clássica coreografia do filme “Broadway Rhythm”, as assim chamadas The Ross Sisters, Aggie, Maggie e Elmira, cantam e movimentam-se de uma forma que não parece ser humanamente possível.
Nos primeiros 45 segundos elas cantam. Mas o que vem a seguir é impressionante. 


 Para acessar o VÍDEO, clique no seguinte LINK:

http://www.youtube.com/watch?v=-mVpGmoES3w

segunda-feira, 23 de maio de 2011

'Piratas do Caribe 4' é a maior estreia da história do cinema (Postado por Erick Oliveira)

A quarta parte da saga "Piratas do Caribe" se tornou a melhor estreia da história com US$ 256,3 milhões em seus cinco primeiros dias de exibição fora das salas dos Estados Unidos, segundo informa o site especializado "Box Office Mojo" nesta segunda-feira (23).
Esse número supera a melhor marca registrada anteriormente, conquistada por "Harry Potter e o enigma do príncipe" (2009), com US$ 236 milhões.
A saga estrelada por Johnny Depp e Penelope Cruz se transformou no último fim de semana na melhor estreia do ano nos Estados Unidos, com US$ 90,1 milhões, embora esse número fique longe dos obtidos pelas sequências anteriores da franquia.
O filme, dirigido por Rob Marshall, apesar de ser exibido em salas 3D, nos cinemas americanos ficou atrás da bilheteria da segunda parte da saga, "O baú da morte" (2006), com US$ 135,6 milhões, e da terceira parte, "No fim do mundo" (2007), com US$ 114,7 milhões.
O filme original, "A maldição do Pérola Negra", gerou US$ 46,6 milhões após seu primeiro fim de semana de exibição, em 2003.
A bilheteria mundial do longa-metragem já alcança os US$ 346,4 milhões, o que representa a quarta melhor marca da história para uma estreia.
Nos Estados Unidos, a segunda melhor bilheteria ficou com a comédia "Bridesmaids", com US$ 21,1 milhões, enquanto o terceiro lugar ficou para "Thor", com US$ 15,5 milhões.
Em quinto lugar na lista de estreias mais vistas do fim de semana ficou "Rio", com US$ 4,7 milhões em sua sexta semana em cartaz.
"Piratas do Caribe - navegando em águas misteriosas" teve sua primeira exibição pública na última edição do Festival de Cannes, que terminou no domingo (22).

sexta-feira, 20 de maio de 2011

20/05/2011 15h25 - Atualizado em 20/05/2011 16h09 Cannes anuncia vencedor de prêmio de curtas universitários (Postado por Erick Oliveira)

A organização do Festival de Cannes anunciou nesta sexta-feira (20) os vencedores do prêmio Cinéfondation, destinado a curtas-metragens realizados por estudantes de cinema em todo o mundo.

Neste ano, o primeiro lugar ficou com "Der brief", da diretora alemã Doroteya Droumeva. O curta acompanha a personagem Maja, que descobre que está grávida e escreve uma carta misteriosa.

O segundo lugar foi para o curta francês "Drari", de Kamal Lazraq, e o terceiro para "Ya-gan-bi-hang", do estudante sul-coreano Son Tae-gyum.A brasileira Alice Furtado também estava na disputa, com o curta "Duelo antes da noite".

Criado em 1998, o prêmio Cinéfondation funciona como uma importante porta de entrada para novos cineastas em Cannes. É comum que vencedores de outros anos sejam selecionados mais tarde para integrar as competições principais de longas-metragens como a disputa pela Palma de Ouro e o prêmio Un Certain Regard.

Eduardo Valente e Antonio Campos estão entre os diretores brasileiros que já venceram o troféu Cinéfondation em edições anteriores. Radicado nos EUA, Campos participou da mostra Un Certain Regard neste ano como produtor do longa "Martha Marcy May Marlene". Já os brasileiros Marco Dutra e Juliana Rojas, que já haviam competido no Cinéfondation, voltaram este ano com o longa "Trabalhar cansa", também exibido na seleção Un Certain Regard.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Takashi Miike economiza sangue e lutas em 'samurai 3D' (Postado por Erick Oliveira)


Batizado em inglês como "Hara-kiri, the death of a samurai", o filme é adaptação de uma história homônima de Yasuhiko Takiguchi, ambientada no século XVII, conhecido como o período Edo, quando diversos samurais ficaram desempregados por conta do final dos tempos de guerra de territórios.
O período de decadência faz com que diversos ronins (samurais que se desligaram de seus mestres) se apresentassem diante de outros senhores feudais pedindo permissão para cometerem diante deles o hara-kiri, o suicídio ritual dos japoneses. Cada vez mais, no entanto, a oferta vinha se tornando apenas mais um blefe dos ronins para comover e arrancar dinheiro dos senhores.
Desesperado para comprar remédios para a mulher e o filho adoentados, o jovem Motome resolve tentar o truque na fortaleza de Kageyu, mas o mestre resolve testar o blefe e permite que o rapaz cometa o hara-kiri.
A cena, mostrada logo na abertura de "Ichimei" e amplificada pelo recurso do 3D, é de um impacto brutal. Sem a sua espada de verdade - que vendeu para ajudar a sustentar a casa -, Motome é obrigado a abrir a barriga com uma espada feita de bambu.
Prato cheio para os fãs do cinema frequentemente violento de Miike, a sequência não representa, contudo, a atmosfera geral do filme. Daí em diante, o cineasta fará uma digressão melodramática para explicar como Motome chegou até ali e de que forma será a vingança de seu padrasto Hanshiro - interpretado por Ebizio Ichikawa, ator famoso da TV japonesa, que estrelava o seriado "Musashi".
Menos exibicionista do que se poderia esperar, Miike faz um uso econômico do 3D, destacando principalmente a profundidade de campo dos planos e os infinitos detalhes dos cenários e figurinos reconstitutídos com precisão histórica. Nas cenas de ação, que só chegam lá para o final do filme, quase nenhuma gota de sangue é derramada.
"Nosso herói não mata ninguém. A ideia não é de vingança, mas de questionar o código de honra do senhor feudal e dar uma lição a seu clã sobre o que é a verdadeira filosofia samurai", defendeu a roteirista Kikumi Yamagishi, durante entrevista nesta quinta-feira em Cannes.
Mas, de acordo com Miike, que filmou tudo usando câmeras 3D, a opção por uma história mais poética e com menos lutas também teve um motivo prático. "Não tem tantas batalhas porque cenas de lutas em 3D são extremamente demoradas para filmar", explicou. Para o diretor, "Ichimei" foi ainda uma boa oportunidade para testar outros gêneros com a nova tecnologia. "Até agora, os filmes em 3D lançados foram sempre de aventuras ou histórias fantásticas. Então por que não mostrar coisas diferentes e mais próximas da realidade em 3D", questionou.

terça-feira, 17 de maio de 2011

'Sou fascinado por Garrincha', diz o cineasta Werner Herzog em SP (Postado por Erick Oliveira)

O cineasta alemão Werner Herzog falou de seu novo documentário gravado em 3D, "Cave of forgotten dreams", na manhã desta terça-feira (17), em São Paulo. A conversa com o diretor, aberta ao público, foi durante o 3º Congresso Internacional de Jornalismo Cultural, no Sesc Vila Mariana.

Segundo Herzog, o longa está se saindo "excepcionalmente bem" nos Estados Unidos, onde acaba de estrear. Não há previsão de lançamento no Brasil.

"Eu sempre fui cético em relação ao 3D. Mas esse documentário pedia a tecnologia", disse. O filme registra as pinturas rupestres de uma caverna na França. "As irregularidades das paredes eram usadas como parte das pinturas. Por isso a importância do registro em 3D."Autor de longas como "O homem urso" (2005), que acompanha os últimos momentos do explorador Timothy Treadwell antes de ele ser devorado por um urso pardo, Herzog volta a tratar da morte:  em agosto ele termina seu próximo trabalho, uma série de documentários para TV intitulada "Death row".

Os filmes foram gravados no corredor da morte de uma penitenciária no Texas, onde prisioneiros aguardam o dia de sua execução. "Fico fascinado pelo fato de não sabermos quando ou como vamos morrer, enquanto essas pessoas sabem. É uma morte protocolar. Acho que nenhum estado deva ter a autoridade para retirar a vida de um indivíduo."Sobre o processo de edição, ele afirma que "é muito cansativo. Trabalho por cinco horas e tenho que parar. Não fumava havia anos, mas agora preciso parar, acender um cigarro, e depois voltar", disse Herzog.

Durante a conversa, o diretor falou sobre sua convivência com o cineasta brasileiro Glauber Rocha (1939 - 1981). Ele disse que Rocha foi um daqueles capazes de produzir um "cinema que ilumina". E também lembrou, em tom de brincadeira, que ele "era muito desorganizado. Lembro quando ele estava voltando ao Brasil, e havia se esquecido completamente de que viajaria naquele dia. Estava cheio de coisas, atrapalhado, tentando reunir tudo às vésperas. Sinto falta dele."

Herzog disse que Rocha é comparável apenas ao jogador Mané Garrincha, por quem se diz "fascinado". "Ele resume a alma do brasileiro, sua alegria."

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Em cadeira de rodas, Bertolucci diz que 3D o impediu de deixar o cinema (Postado por Erick Oliveira)

Um sótão, dois personagens e três dimensões. Assim, o diretor italiano Bernardo Bertolucci descreveu, na manhã desta quarta-feira (11), em Cannes, seu novo projeto para o cinema. O filme será uma adaptação em 3D do romance "Io e te", de Niccolo Ammaniti, história de um adolescente que se refugia no sótão de casa na tentativa de escapar dos problemas do cotidiano e do bullying dos amigos na escola até a chegada de uma garota que tenta tirá-lo da exclusão."Nos últimos cinco ou seis anos eu estava convencido de que não faria mais filmes. Minha condição, que todos podem ver, me fez pensar: é o fim", revelou o diretor que, aos 71 anos, foi ao encontro dos jornalistas em uma cadeira de rodas por conta de uma série de cirurgias que fez para contornar uma hérnia de disco.
"Então, um ano atrás, eu li esse livro e gostei. Já tinha visto 'Avatar' e ficado fascinado com o 3D, mas comecei a pensar por que [essa tecnologia] só é considerada boa para para filmes de horror ou ficção científica. Se o "Oito e meio", do Fellini, fosse em 3D não seria maravilhoso? E 'Persona', do Bergman? Então pensei que esse meu filme com dois personagens também poderia ser fantástico [em 3D]."

Diretor de obras como "Antes da revolução" (1964), "O último imperador" (1987), "Beleza roubada" (1996) e "Os sonhadores" (2003), Bertolucci está em Cannes para "corrigir uma injustiça", nas palavras de Thierry Fremaux, diretor do festival. Em mais de quatro décadas frequentando a riviera francesa, Bertolucci nunca foi premiado aqui e, nesta noite, recebe a Palma de Ouro Honorária por sua carreira.
"Fico feliz porque não é um júri que está me dando um prêmio por um filme. Foi o festival que me trouxe aqui, por causa de um 'filme', que é feito de sequências de todos os meus filmes", comemorou ele, que deverá receber o prêmio logo mais das mãos de um velho amigo, o ator Robert De Niro, presidente do júri desta 64 edição do Festival de Cannes.

"Será ótimo. Quando Bob veio trabalhar comigo, em '1900', éramos muito mais jovens - ainda somos jovens, dependendo do ponto de vista e do espelho em que se olha -, mas ele já falava pouco. Bob é muito lacônico. Se fizer um discurso essa noite, já será um milagre."
Além de lhe entregar a Palma honorária, o festival também realizará uma sessão de "O conformista" (1970), um dos primeiros e menos conhecidos trabalhos de Bertolucci como diretor. "Não sei quem escolheu esse filme para me representar nessa ocasião. Acho que é porque foi restaurado recentemente. Mas seria melhor se me restaurassem, em vez de restaurarem meus filmes", disse, fazendo graça novamente.

Entre os tantos longas de sua filmografia, Bertolucci falou mais extensamente sobre "Último tango em Paris" (1972), drama protagonizado por Marlon Brando e Maria Schneider que, à época, escandalizou - e animou - plateias em todo o mundo por conta da famigerada cena de sexo anal com a manteiga.

"Lembro que, por um ano, eu perdi a cabeça completamente. O filme foi um sucesso tão grande que, mesmo que eu quisesse ficar com os pés no chão, esse sucesso te leva e te deixa um pouco louco", comentou, acrescentando que a contribuição de Brando para o resultado final foi inestimável. "Ele me deu tanto por aquele filme que, quando acabamos de rodar, ele não queria me ver mais, percebeu que havia se aberto demais comigo. Ele estava fazendo algo que nunca tinha feito antes, e colocou tudo para fora ali - seu material, suas memórias, a essência da sua natureza."

Antes de ser empurrado para fora da sala em sua cadeira de rodas e se desculpar por não ter nenhum filme novo mas "só essas memórias antigas" para comentar, Bertolucci ainda teve tempo de compartilhar uma última anedota cinemtográfica com os jornalistas. "Vai ser uma rapidinha", prometeu ao mediador, arrancando novas gargalhadas."

"Quando eu fiz 'O último tango', estava seduzido pelas histórias [eróticas] do Georges Bataille, lia muita coisa dele. Mas há afinidades estranhas no cinema: ao mesmo, no Japão, tinha um diretor [Nagisa Oshima] fazendo 'O império dos sentidos'. A gente não se conhecia, mas ambos tínhamos o desejo de falar sobre sexualidade de uma forma que ninguém tivesse feito. Ficamos amigos depois e, um dia, descobrimos que tínhamos escrito exatamente a mesma cena, que não entrou nas versões finais de nenhum dos dois filmes. [Depois do sexo], o homem diz à mulher: 'Não vamos abrir a janela, não vamos abrir as portas nunca mais. Vamos manter nosso cheiro conosco'."

A cena, explica Bertolucci, foi cortada de "O último tango em Paris" porque o cinema não tem ainda como representar cheiros. Quem sabe daqui a alguns, depois que o seu projeto em 3D ver a luz do dia, uma nova tecnologia não o leve até lá.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

'Eu vejo robôs', diz Michael Bay, diretor do novo 'Transformers' (Postado por Erick Oliveira)

Na manhã do último dia 28, o diretor americano Michael Bay parou por duas horas com seu trabalho editando as cenas de seu próximo filme, “Transformers – O lado oculto da Lua”. Nesse tempo, atendeu a uma mesa de jornalistas nos jardins da Paramount, em Beverly Hills, da qual o G1 participou.

Usando um boné largo da franquia “Transformers” e camiseta branca rasgada na gola (no ponto em que ele morde enquanto está trabalhando), Bay falou sobre este terceiro episódio que, garante, é o final da série. No Brasil, o longa tem estreia marcada para o dia 1º de julho.

Na nova aventura, os Autobots, robôs benignos que assumem a forma de veículos, enfrentam novamente seus adversários alienígenas: os Decepticons. Mas desta vez há um segredo mantido pelos humanos. A missão que levou o homem à Lua encontrou mais que rochas e poeira nas crateras. Havia também um Decepticon adormecido por lá, que dá origem à nova trama.

Durante a entrevista, observado de longe por seguranças latinos guiando bicicletas que pareciam mal aguentar seu peso, Bay deu detalhes da concepção do roteiro. (Ao fim do encontro, foram exibidas algumas cenas inacabadas do filme.)

“Eu amo o espaço. As histórias sobre alienígenas são as mais bem sucedidas porque há esse fascínio pelo que existe lá fora”, diz Bay, que cita como seu maior herói do cinema o personagem Han Solo, de “Guerra nas estrelas”. “[O físico] Stephen Hawking diz que há provas matemáticas de que há outras formas de vida. E se vierem à Terra, não será com boas intenções, pois provavelmente estará faltando algo a elas.”O diretor, que tem em seu currículo “Armageddon” (1998) e “Pearl Harbor” (2001), diz que o novo episódio de “Transformers” está mais sombrio e sério, apesar de se manter divertido. “Temos um filme mais forte. Uma história e direção mais fortes.”

A comparação com os trabalhos anteriores não é à toa. Ele disse publicamente que a primeira continuação, “A vingança dos derrotados”, é fraca. “Tivemos a greve dos roteiristas, e aquela foi uma situação terrível. Sem um roteiro você está ferrado. Então eu estava num dilema”, diz.“Havia 600 pessoas que trabalhavam comigo há anos, e o que eu ia dizer a elas? Não, não vamos trabalhar? O estúdio também já tinha colocado dinheiro. Apesar de eu não ligar para o dinheiro do estúdio...”

Filmagens em 3D
Uma das novidades em “O lado oculto da Lua” é que a maior parte das cenas foi gravada em 3D, cerca de 60%, segundo o diretor. O resultado fica visualmente melhor do que quando há apenas a conversão a partir do 2D.

“[James] Cameron chegou para mim e disse ‘cara, você tem que tentar’. Eu sou da velha guarda, gosto de película, ainda odeio digital. Mas, como James disse, é um brinquedo novo. Filmar em 3D é muito difícil, pode distrair o espectador em diálogos, as câmeras são gigantescas e têm que estar alinhadas uma sobre a outra... A tecnologia ainda não está no ponto ideal, mas a levamos ao mais longe que pudemos.” E, enquanto “Avatar” foi filmado em tela azul, o novo “Transformers” usou locações em Chicago, o que tornou o trabalho mais difícil.

“Gravamos no verão, quando todos saem de casa. Não pude acreditar como a cidade se adaptou para nos acomodar. Em certos dias, tínhamos 12 quadras fechadas para nós."Em uma das sequências, um grupo de soldados equipados com “wingsuits”, macacões especiais que permitem a uma pessoa planar, voa por entre prédios enquanto tenta escapar dos Decepticons. Os saltos foram realmente executados, e foi preciso de autorização da prefeitura para que os dublês (alguns equipados com câmeras no capacete) pudessem realizar suas manobras durante dois finais de semana.

Momentos de ação desenfreada como esse se repetem ao longo da trama, uma marca de Bay: espere assistir aos heróis escorregando pela fachada envidraçada de prédios inclinados, batalhas aéreas e, claro, brigas entre as enormes máquinas humanoides, construídas com chassis de carros.

“Colocam a culpa em mim por toda a onda de edição rápida em filmes de ação de Hollywood, que começou depois de ‘Bad boys’, como se fosse algo ruim. Mas acho isso injusto. Meus filmes desaceleram com o passar do tempo. Quer ver edição rápida? Assista a algum filme do Paul Greengrass [diretor de ‘O ultimato Bourne’]. O dobro da velocidade, e já ganhou até Oscar de edição.”

Novidades no elenco
Personagens como Optimus Prime, o líder Autobot durão, e Bumblebee estão de volta, e as cenas de combate protagonizadas por eles impressionam. “Eu vejo robôs. Na minha cabeça, sei exatamente como eles se movimentam na cena”, diz. “Depois que temos a história, preenchê-la com cenas de ação é como montar um quebra-cabeça”, diz Bay.Nem todo o elenco (de robôs e humanos) permanece o mesmo em “O lado oculto da Lua”. Apesar de o protagonista Sam Witwicki ainda ser interpretado por Shia LaBeouf (que Bay diz considerar seu “irmãozinho”), a atriz Megan Fox não completa mais o par romântico.

Dispensada depois de problemas no set, quando reclamou que o diretor era duro demais nas filmagens, Megan foi substituída pela modelo Rosie Huntington-Whiteley. “Conheci a Rosie filmado para a Victoria’s Secret, e ela me disse que gostaria de atuar. Chamei-a para uma audição, paramos com as gravações e a colocamos no set com a equipe toda. Ela tem classe, ajudou o filme como um todo."

As novidades no elenco (John Malkovich também foi escalado como um executivo bronzeado e metrossexual) são mais uma aposta do diretor na tentativa de desfazer a impressão deixada pelos filmes anteriores, e fechar sua trilogia por cima. Mas mesmo com todo o charme de Rosie, o espectador deve ficar de olho na qualidade das perseguições, estouros e explosões antes de decretar a redenção de Michael Bay.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

"Representar um humano é um alívio", admite Robert Pattinson (Postado por Erick Oliveira)

O ator britânico Robert Pattinson, o vampiro da saga "Crepúsculo", divulgou nesta segunda-feira seu último filme "Água Para Elefantes" em Barcelona e declarou que interpretar um humano "é um alívio".
Pattinson explicou em coletiva com a imprensa que foi uma satisfação participar do projeto ao lado de atores premiados como Reese Witherspoon e Christoph Waltz, e por seu personagem passar longe do pálido Edward Cullen, o papel que o transformou em um ídolo mundial.
"Antes de 'Crepúsculo' - brincou - ninguém me dava personagens de galã, mas agora as coisas mudaram, assim como muda a moda. É raro, porque antes, nem de perto podia sonhar com um papel de galã".
Sobre sua participação em "Água Para Elefantes", Pattinson, a ponto de completar 26 anos, afirmou que gosta de escolher novos trabalhos por instinto. "Li o roteiro, conheci Lawrence e a elefanta Tai (outra protagonista) e aceitei. E foi muito interessante".
O diretor do filme, Francis Lawrence, assinalou que antes de filmá-lo "pesquisou sobre como funcionavam os circos e os trens de vapor nos anos 1930".
Por sua vez, Reese Witherspoon explicou que adora os animais, embora nunca tivesse trabalhado com um elefante. "Foi uma experiência fabulosa, com um animal humanamente inteligente", disse e completou que todas as cenas nas quais aparece com a elefanta, ela não precisou de um dublê, ao contrário das cenas com cavalo.
Sobre sua relação com a atriz Kristen Stewart, Pattinson, rindo muito, não quis dar detalhes, embora assegurasse que ele nunca escondeu nenhuma de suas relações.
Quanto ao futuro, o ator sorriu e não descartou a possibilidade de casar-se com uma mulher rica quando não tiver mais ofertas de trabalho. "E dar aulas de tênis, ter um bebê e sair com meus amigos. É meu sonho de vida, e assim será", afirmou. EFE